///

Barrageiros insistem em destruir o rio Cuiabá e o Pantanal 4r3g2s

5 minutos de leitura
Foto: Estadão Mato Grosso

Rafael Machado, Estadão Mato Grosso  3z1g1a

A Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender os efeitos da lei estadual n° 11.865, que proíbe a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Usinas Hidrelétricas (UHE) em toda a extensão do Rio Cuiabá.

A lei foi promulgada após os deputados estaduais derrubarem, por maioria, o veto total do governador Mauro Mendes (União), que apontou inconstitucionalidade da matéria.

Leia também: Rio Cuiabá livre de represas: Vitória histórica para o Pantanal! 1b4z62

Na ação, a Abragel destaca que a medida usurpa a competência privativa da União de legislar sobre água e energia e também de explorar os bens de seu domínio. Além disso, a associação destaca que o Rio Cuiabá é de domínio da União desde a sua foz, no Rio São Lourenço, próximo à terra indígena Baía dos Guató, até a confluência com o Rio Mando, próximo de Nobres.

“Por se tratar de bem de domínio da União, não é dado ao Estado pretender impedir o seu uso e aproveitamento. A lei impugnada, ao assim fazer, por certo, afronta o pacto federativo, o que se espera seja reconhecido por este Col. STF. Não obstante, é forçoso reconhecer que, ainda que o rio em questão não fosse um rio federal, a exploração do aproveitamento energético dos cursos de água compete à União, como disposto no art. 21, inciso XII, alínea “b”, da Constituição Federal”, diz trecho da ADI.

A associação ainda reforça que apenas a União poderia elaborar qualquer norma sobre energia elétrica ou legislar sobre a possibilidade de construção de usinas hidrelétricas nos cursos de rios sob seu domínio, e não ao Estado.

Eles reforçam que a concessão da liminar não traria prejuízos, já que as PCHs não seriam construídas de imediato e nem sem avaliações de impactos ambientais.

“A partir do exposto, faz-se urgente a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.865/2022 do Estado do Mato Grosso, permitindo a viabilidade dos empreendimentos hidrelétricos no Mato Grosso, reestabelecendo a segurança jurídica e regulatória e permitindo a continuidade desta fonte tão importante para a matriz, resguardando não só os investimentos já realizados como a legítima expectativa dos investidores em projetos futuros”, destacaram.

O PROJETO 

A matéria tramitava na Assembleia Legislativa desde 2019. Ela retornou às discussões no início do ano, após o autor da proposta, deputado Wilson Santos (PSD), criticar a mudança de postura dos parlamentares, que antes eram favoráveis e que depois se posicionaram contrários à proibição, o que, segundo ele, ocorreu devido à pressão “de forças ocultas”.

O projeto foi aprovado com ampla maioria na Assembleia Legislativa, mas acabou vetado pelo governador. Ao vetar o projeto, Mauro destacou que seguiu a manifestação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que destacou a inconstitucionalidade da proposta por interferir na competência privativa da União de legislar sobre águas.

Além disso, observou que a matéria extrapola a competência normativa conferida aos Estados para legislar sobre proteção do meio ambiente e invade a competência do Poder Executivo para criar atribuições a entidades da istração Pública.

No entanto, os apontamentos não convenceram os parlamentares que, por 20 votos a três, derrubaram a posição contrária à proposta.

ecologiaeacao 6l1a4c

Deixe uma resposta Cancelar resposta b6b6b

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog 56461

Rios do Pantanal: Bacia hidrográfica do Rio Sepotuba 264g24

Texto originalmente publicado em 5 de outubro de 2020 Localização: A bacia hidrográfica do Rio Sepotuba abrange

A Hidrovia Paraná-Paraguai: atualizações 1k6t3a

Empresa da Argentina entrou em campo repentinamente, contratada por organização do “corredor Centro-Norte”. Artigos ‘estranhos’ sobre

A Justiça Federal de Corumbá determinou o bloqueio de mais de R$ 212 milhões de fazendeiros acusados de causar danos ambientais ao Pantanal 611x72

A Justiça Federal de Corumbá determinou o bloqueio de mais de R$ 212.479.188,44 em bens de

Rios do Pantanal: Bacia Hidrográfica do rio Cabaçal z4q5t

Texto originalmente publicado em 2 de outubro de 2020 Localização: A bacia hidrográfica do rio Cabaçal está

Mel produzido pelas abelhas pode servir como um “marcador” da poluição 51f3e

Via Jornal da USP Por Isabella Lopes O mel é uma substância produzida pelas abelhas a